O câncer de rim tem cura?
O câncer de rim tem cura?

A oncologia não é a mesma de 10 anos atrás, no caso do câncer de rim, por exemplo podemos dizer que o tratamento mudou totalmente, pelo menos, duas vezes nos últimos 20 anos. E os tratamentos que a gente vem fazendo hoje começaram a ser lançados a partir de 2015. Portanto, são bastante recentes. Mesmo assim, ainda existem grandes desafios no tratamento do câncer de rim, que é um câncer silencioso, para o qual não há diagnóstico precoce, uma vez que não existe rastreamento.
Não existem campanhas de detecção precoce deste tipo de tumor, inclusive sendo um câncer menos incidente na população, com histologias bem diferentes e algumas bem raras.
De qualquer forma, a prevenção primária é de grande valor para todos os cânceres: parar de fumar, controlar o peso e ajustar-se aos bons hábitos de vida, incluindo a alimentação, principalmente. Definitivamente o tabagismo e obesidade são os grandes vilões para qualquer doença.
Quando acontece a detecção de um tumor localizado, indicamos a cirurgia para retirada, sempre avaliando a possibilidade de preservação do rim (nefrectomia parcial), mas quando necessário, esse rim comprometido sai inteiro, neste caso a cirurgia chama-se nefrectomia radical.
Normalmente as pessoas vivem bem com apenas um órgão. Quando a doença já é mais avançada, essa cirurgia pode até ser feita, mas às vezes não é mais uma prioridade. Damos prioridade para o tratamento sistêmico, que é feito com droga-alvo e imunoterapia. Aliás, a quimioterapia não tem papel no câncer renal. Os tratamentos sistêmicos garantem em grande parte a qualidade de vida do paciente, além de, em alguns casos, permitirem uma resposta completa do tumor.
Há aproximadamente nove anos, com a descoberta da imunoterapia para câncer de rim, remédios que estimulam o próprio corpo humano a combater o câncer, começamos a vislumbrar alguns pacientes que foram diagnosticados com cânceres fatais obtendo a cura.
Podemos dizer que 1 a cada 3 pacientes com câncer renal vai se beneficiar com a imunoterapia e a cada ano, mais estudos são feitos com a combinação da imunoterapia e as terapias alvo e isso traz só boas notícias: mais tipos de câncer de rim serão curados com as novas combinações de tratamento.
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