Eu sou uma pessoa que sempre tive o interesse em medicina, desde criança. Sou filha e neta de médicos, então meu contato com a ciência e a medicina começou dentro de casa. Nas feiras de ciências da escola, eu sempre escolhia como tema a medicina – fiz apresentações sobre o cérebro, sobre o coração – já escolhi, ainda adolescente, falar sobre câncer de próstata e o processo de metástase.
Sempre quis ser médica e a partir do momento que entrei na faculdade de medicina o universo de interesses se expandiu: a cirurgia, a clínica médica... e o meu interesse específico pela oncologia aconteceu quando eu estava terminando a faculdade e prestando concurso para a minha primeira residência, de clínica médica.
A oncologia te oferece uma visão global do paciente e a minha escolha é enxergar o paciente como um todo, em todos os aspectos de sua vida. Para depois entender como a doença que o acomete se relaciona com esse todo.
Durante minha residência de Oncologia na Faculdade de Medicina do ABC, tínhamos uma parceria com o Hospital Albert Einstein e fazíamos alguns ciclos da residência lá. Um dos professores nos convidou a participar do Board Review in Medical Oncology. Naquela época não havia tantos cursos e eventos sobre oncologia no Brasil, ainda mais com palestrantes estrangeiros, e nem a possibilidade de assistir congressos internacionais, então aquilo foi extraordinário para mim.
Quando eu estava fazendo minha pós-graduação em Montreal, Canadá, esse mesmo professor me convidou para compor o grupo de oncologistas do Einstein. Ele era o coordenador do Board Review. Isso era 2011. Em 2014, ele me passou a coordenação do evento científico.
O Board Review é uma oportunidade de revisão geral da oncologia. Hoje em dia temos, ao contrário daquela época, um excesso de número de eventos, porém muitos são focados numa especialidade só, por exemplo, foco em tumores genito-urinários, mama, pulmão... enquanto a realidade do oncologista brasileiro não é essa super-especialização. A maioria dos médicos lida com casos de forma geral, portanto, uma reunião como o Board Review é fundamental para que ele acesse o que está acontecendo na oncologia mundial e escolha quais artigos estudar, se atualizar a partir desta base que nós oferecemos. O médico pode participar presencialmente e, também pode acessar as aulas online, que ficam disponíveis por seis meses para todos os participantes.
O Board Review passou de um evento totalmente presencial para um evento online, on demand e híbrido – hoje temos mais de 50 aulas que podem ser acessadas por médicos do país todo. Também optamos por não trazer mais convidados internacionais. Nós, no Hospital Albert Einstein e nos grandes centros, temos médicos tão especializados quanto os estrangeiros e assim conseguimos dar aulas mais focadas na realidade do Brasil e ainda tirar dúvidas, estar à disposição dos participantes do evento.
Me sinto orgulhosa de coordenar há 10 anos o Board Review porque acredito na educação, na qualidade da informação que está sendo distribuída e o evento é uma excelente forma de se atualizar em pouco tempo. Uma revisão literalmente.
Ao ensinar estou aprendendo e todos ganham, e quem mais se beneficia é o paciente, que recebe um tratamento melhor. A troca entre todos os participantes é essencial. No dia a dia temos pouco tempo para conversar com os colegas da equipe, e também por isso, o Board Review é um momento em que todos se dedicam à troca de conhecimento e confraternização.
Acredito que essa é a melhor forma de praticar a oncologia. Com conhecimento, evolução e à frente, sempre!
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